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Mostrando postagens de junho, 2012
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente. Érico Veríssimo

Pablo Neruda

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O homem gostaria de ser peixe ou pássaro, a serpente gostaria de ter asas, o cão é um leão confuso... Mas o gato quer ser somente gato, e todo gato é um puro gato desde o bigode ao rabo  

Amorzinho da mamãe, do pai, da vovó...

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O sol passou pelas frestas da casinha Já é dia? Será que estou sonhando? Talvez... No potinho a comida está velhinha Miau-miau, vovó aparece e ela fica fresquinha outra vez. Tomo meu banho e bem limpinho Desço a escada para me esticar no tapetinho Em qualquer lugar eu afio as unhas pra valer! Vovó briga comigo quando vê! Sou mimado e bem gordinho Carinhoso, danadinho Uns me chamam de fofinho, mas meu nome é Juninho! JG

Fernando Pessoa

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Tudo que faço ou medito Fica sempre na metade Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade. Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faço! Minha alma é lúdica e rica, E eu sou um mar de sargaço — Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de além... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem. 

Meu anjo

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Ainda triste olhava pela fresta da janela: a lua serena e bela, o mar calmo, o céu aberto. Tudo parecia certo, mas meu anjo resolvera cair do céu naquele instante. Aí, : a lua tornou-se invisível aos olhos, o mar revolto ficou e o céu de nuvens negras se fechou. Meu anjo caíra, ferido chorava, por ter a alma sangrando. Mas meu anjo de longas asas teimou em voar, almejando a última estrela tocar. A Lua e o Sol iam acompanhando e mais longe do alcance dos meus olhos ele ia ficando. Quisera eu poder acompanhar, mas como não conquistei minhas asas daqui do plano fico a observar. Meu anjo subia, sumia cada vez mais; mas nunca mais voltou. Tornei-me uma lágrima triste e corri pelas rochas até o mar, virei uma gota solitária e até hoje vivo esperando meu anjo voltar. Juliana Guzzo

Mario Quintana

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Quem faz um poema abre uma janela. Respira, tu que estás numa cela abafada, esse ar que entra por ela. Por isso é que os poemas têm ritmo - para que possas profundamente respirar. Quem faz um poema salva um afogado.

Minha poesia preferida, da minha poetiza predileta: Cecília Meireles...

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Este poema sou eu... CANÇÃO Não sou a das águas vista nem a dos homens amada; nem a que sonhava o artista em cujas mãos fui formada. Talvez em pensar que exista vá sendo eu mesma enganada. Quando o tempo em seu abraço quebra o meu corpo, e tem pena, quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena. Por meu dom divino faço tudo a que Deus me condena. Da virtude de estar quieta componho meu movimento. Por indireta e direta, perturbo estrelas e vento. Sou a passagem da seta e a seta, - em cada momento. Não digas aos que encontrares que fui conhecida tua. Quando houve nos largos mares desenho certo de rua? E de teres visto luares, que ousarás contar da lua?  

Dia desses...

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Rio das Ostras,2011 Sentei-me areia, dia desses olhei para o céu... olhei para o mar... A amendoeira jogou suas folhas no chão quebrando o silêncio que existia na minha alma. Saturno me observa lá de cima, sou filho dele. O velho planeta rege meus passos, Porque velho também eu sou... Não me encaixo nessa terra, não me encaixo em lugar nenhum. Às vezes acho que nem caibo dentro de mim. Então espalho as dúvidas sacudindo a cabeça, pois pensar de mais não me deixa viver. Entrego-me ao rio que é a vida, grão de areia eu sou e um dia no fim da jornada sei que vou merecer repousar serena no fundo de seu leito. Juliana Guzzo Rio das Ostras, 20 de junho de 2012