Rio das Ostras,2011 Sentei-me areia, dia desses olhei para o céu... olhei para o mar... A amendoeira jogou suas folhas no chão quebrando o silêncio que existia na minha alma. Saturno me observa lá de cima, sou filho dele. O velho planeta rege meus passos, Porque velho também eu sou... Não me encaixo nessa terra, não me encaixo em lugar nenhum. Às vezes acho que nem caibo dentro de mim. Então espalho as dúvidas sacudindo a cabeça, pois pensar de mais não me deixa viver. Entrego-me ao rio que é a vida, grão de areia eu sou e um dia no fim da jornada sei que vou merecer repousar serena no fundo de seu leito. Juliana Guzzo Rio das Ostras, 20 de junho de 2012
Era nova, cheia de sonhos e certezas. Tudo vai dar certo. Eu quero, eu faço, eu consigo. Todos confirmavam isso. Como eu acreditada nessas pessoas... Veio a vida adulta e os rumores mudaram. "Essa profissão é difícil". "Isso não dá futuro". Como eu odiava essas pessoas! Ontem estava num ponto de ônibus e ouvi um pai contar para um amigo a faculdade que o filho escolheu. Senti uma vontade enorme de me intrometer. Pensei comigo: "Essa profissão é difícil", "Isso não dá futuro". "Não tem emprego". Como eu me odiei nesse momento... Quando me tornei um ceifador de sonhos? Quando os meus não floresceram? Quando eu não consegui exatamente o que eu queria? Não, quando eu comecei a dar ouvidos àqueles que são incapazes de sonhar. Tampei meus ouvidos, respirei fundo, e sempre que alguém ameaça cortar meus sonhos, teimo em voar. Como eu amo pessoas (que apesar de tudo e todo...
O sol passou pelas frestas da casinha Já é dia? Será que estou sonhando? Talvez... No potinho a comida está velhinha Miau-miau, vovó aparece e ela fica fresquinha outra vez. Tomo meu banho e bem limpinho Desço a escada para me esticar no tapetinho Em qualquer lugar eu afio as unhas pra valer! Vovó briga comigo quando vê! Sou mimado e bem gordinho Carinhoso, danadinho Uns me chamam de fofinho, mas meu nome é Juninho! JG
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